O ano marcado pela pandemia de coronavírus também foi de oportunidade para muitos setores. Um deles foi o de orgânicos. Em 2020 o segmento cresceu 30% e alcançou faturamento de R$ 5,8 bilhões. Os dados são Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis).
Para Cobi Cruz, diretor da entidade, os números mostram mais do que um salto no consumo e apontam uma tendência impulsionada por alimentação saudável e sustentabilidade. “O aumento, em si, não chega a ser uma novidade, já que os orgânicos quadruplicam suas vendas entre 2003 e 2017 e cresceram 15% em 2019”, explica.
Segundo o dirigente essa aceleração repentina do mercado que, inclusive, rompeu os limites dos grandes centros e chegou às cidades do interior do país, foi importante, também, para provar que os produtores orgânicos estão preparados para suprir esse e outros aumentos da demanda. “Se existia preconceito e desinformação sobre a capacidade de produção dos orgânicos, a própria realidade acabou por derrubar esse mito” destaca.
No ano o incremento de novas unidades de produção orgânica foi de 5,4%, o que, segundo a Organis, mostra que quem já estava no negócio conseguiu produzir mais para suprir a demanda. O ano também marcou a expansão dos produtos para grandes redes e comércio online. “O varejista, que trabalha na ponta, percebe muito rápido as tendências de consumo e precisa estar preparado para atender bem o consumidor”, diz Cruz.
Para 2021, a Organis projeta um crescimento de 10%, número conservador, que leva em conta as incertezas e que pode ser revisto, conforme ocorram mudanças no cenário econômico. “Precisamos falar, cada vez mais, em sustentabilidade ambiental, aumento da renda no campo, redução das migrações às periferias das grandes cidades e na manutenção dos jovens talentos empreendedores em suas regiões”, destaca.
Fonte: Agrolink –Eliza Maliszewski