Receberam permissão para a comercialização no Brasil quarenta novos produtos contendo substâncias químicas para utilizar na agricultura – os agrotóxicos. O Ministério da Agricultura publicou no Diário Oficial da União de 10 de janeiro o registro de 28 agrotóxicos e princípios ativos e posteriormente mais 12 foram liberados. Dos 40 produtos autorizados, 39 são ingredientes ativos ou pesticidas já permitidos no país com exceção do o Sulfoxaflor, alvo de polêmica nos Estados Unidos. Apenas três fazem parte do grupo de baixa toxicidade, o menor nível da classificação toxicológica, que possuem seu uso permitido para a agricultura orgânica.
Onze, dos quarenta registros aprovados não são permitidos na União Europeia. Um deles é o Fipronil, utilizado controle de pragas nas culturas de maçã e girassol, e até como antipulgas de animais domésticos. Desde 2004 o produto é proibido em países europeus devido a relação com a morte de abelhas. É permitido no Brasil e, segundo o registro publicado no Diário Oficial, classificado como medianamente tóxico e muito perigoso ao meio ambiente. É utilizado nas para culturas de algodão, arroz, cevada, feijão, milho, pastagens, soja e trigo.
Essa corrida pelos agrotóxicos, na contramão da tendência mundial, preocupa ainda mais no caso do Brasil, que já é considerado desde 2008 o maior consumidor mundial de produtos químicos na agricultura. Em 2017, o Instituto Nacional do Câncer concluiu que cada brasileiro consumia, em média, cerca de 5 quilos de agrotóxicos por ano.
A busca por produtos alternativos, orgânicos e naturais é uma prática que deve ser adotada pelos produtores rurais e também consumidores, pois, além de contribuir para a redução de impactos no meio ambiente, não causa malefícios à saúde humana.