Produtor reduz em 40% custo com defensivo ao usar biológicos

Produtores de soja brasileiros relatam que estão diminuindo os gastos com defensivos agrícolas por ampliar o Manejo Integrado de Pragas (MIP) com a utilização de pesticidas biológicos. De acordo com o diretor técnico da Aprosoja Brasil (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), Fabrício Rosa, isso se torna cada vez mais necessário porque o custo de produção está aumentando ano a ano no País, principalmente com fungicidas e inseticidas.

O engenheiro agrônomo Rogério Vian, do estado do Mato Grosso, afirma ter reduzido o custo com agroquímicos em aproximadamente 40% usando produtos biológicos. “O gasto era de 45 a 48 sacas por hectare e caiu para 29 sacas”, afirmou ele ao participar do Fórum Soja Brasil, realizado na Feira Expodireto Cotrijal, realizado neste mês de Março.

“O controle deste método é bastante eficiente e o custo muito baixo, se comparado ao controle químico. Como o clima é algo que não se controla, o produtor precisa ficar atento aos custos, que ele pode controlar”, diz Vian. Ele ressalta que existem alguns estudos mostrando que o uso de defensivos biológicos podem reduzir em até 50% os gastos por safra. 

Vian, que cultiva uma área de 400 hectares, revela que na área totalmente orgânica o custo está em 20 sacas por hectare. Com esse investimento, o agricultor atinge uma produtividade 50 sacas por hectare. “E os preços são maiores por ser um mercado diferenciado”, justifica o sojicultor.

De acordo com ele, há ainda a vantagem de que os insumos biológicos são produzidos no Brasil, e portanto não são afetados pela forte alta do Dólar norte-americano. “Não dependo de produtos que vêm do exterior. Uso muitos que são regionais”, comemora.

Além de produtor, Vian também possui uma biofábrica para a multiplicação e isolamento de bactérias ‘onfarm’. Ele é presidente do GAAS (Grupo Associado de Agricultura Sustentável), e defende que o Brasil é um país muito propício para incluir os defensivos biológicos na agricultura. 

Fabrício Rosa, da Aprosoja, ressalta que o País “tem 20 milhões de hectares cultivados adotando os biológicos para controle de pragas e doenças. Somos o país que mais usa e esse mercado ainda crescerá muito. Alguns resultados são até melhores do que moléculas químicas”.